Para ser sincera, ainda não entendi direito como eu tive coragem de sair do Rio poucos dias do Carnaval. Acho que a ficha caiu mesmo só no vôo de volta. Mas, fazer o quê... me consola saber que ainda terei muitos carnavais na vida.
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Aliás, o vôo de volta... 7 horas de plantão em São Paulo + 7 horas de plantão em Johannesburg. Nada mal. Mas mal MESMO foi gastar minhas 9 horas de vôo SP-J’burg com um Afrikaner racista do meu lado. Tá na casa das experiências sinistras que se tem na vida. Fazendeiro, branco, gordo, bochechas rosadas ridículas. Não somente gordo, mas espaçoso. Suas piadinhas eram infames. Seus comentários apavorantes e politicamente incorretos. Ou politicamente absurdos. Ele até que tentou me tratar bem e puxar conversa, mas claro que engatamos num papo impraticável sobre preconceito. Lá pelas tantas eu disse “olha, você vai me desculpar, mas eu não concordo com nada disso que você está falando, acho um absurdo, não entendo como você pode pensar isso, blablabla”. Ele ficou um tempo calado, e então me disse que era realmente “muito interessante conversar comigo, que tinha a cabeça tão aberta”. Fim de papo, literalmente. Não é tudo que dá pra tolerar...
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De volta à Maputo. O calor aqui é algo inexplicável. Mais quente que o Rio e com uma humidade de tipo... 91%. Que tal?
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Apesar do meu medo de atravessar ruas, me senti confortável voltando à vida (ou melhor, à rotina... é, eu sou muito previsível mesmo). No trabalho, mudanças positivas: gente nova chegando, contratos bacanas sendo fechados com o Programa Mundial de Alimentação, da ONU. Perspectivas interessantes no ar.
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No começo de abril vou para Cape Town, participar de uma conferência sobre transporte e desenvolvimento. Só espero não me deparar com muitos afrikaners...
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