10 agosto 2006

de cabeça para baixo no enigma de mim mesma

O que me encanta no deserto é a capacidade de vida que existe. Como sou uma inexperiente no assunto, achava sempre que deserto é areia e só, o vazio, o silêncio acima e abaixo, as temperaturas que oscilam. O Namib é um dos desertos mais antigos do mundo. Toda a costa da Namíbia é tomada pelo deserto, o Atlântico fazendo o contraste, as dunas que se expandem numa praia sem fim. Avestruzes, kudus e impalas, insetos, plantas enigmáticas e flores que brotam de onde não se espera. Os assentamentos me deixam melancólica, mas as soluções de cada um me dão uma esperança que ainda nem sei para quê. O deserto me faz pensar nos limites de mim mesma, no ser e no não ser, nos desejos e nos rumos que tomamos sem nos darmos conta. O deserto me faz chorar e rir. E receber de presente pedras que inspiram declaração de amor. E ter vontade de dormir na areia sem medo de escorpiões. E ter vontade de pisar na lua ou de caminhar sob o vento com os panos a dançar ao redor de mim.





4 comentários:

Frida disse...

Oi Clarisse, estou aqui pelo blog da Gabizinha (LygiaTroy)... gostei muito de ler seus textos e de conhecer a África por eles.... vou voltar outras vezes.
abraços,
Cris Miranda (crismiranda@superig.com.br)

Anônimo disse...

Acho que é por isso que vc parece ainda mais bonita e feliz !!!!
Essa sua capacidade de observar o lado maravilhoso de tudo a sua volta!

Bjs
de sua prima Liv

Aichego disse...

...

saudades

André disse...

Bom aprender com suas palavras e suas imagens de que há beleza no deserto.