... ou
Eu não quero dizer que baratas sejam uma coisa específica de Moçambique (me lembro perfeitamente de como Florianópolis me deixou apavorada com a praga). Provavelmente aqui existem tantas quanto em qualquer outro lugar do mundo. Mas o problema é que aqui é QUENTE. Muito quente. E abafado. E úmido. Ou seja: o cenário perfeito.
E o fato é que eu sempre tive fobia de baratas. Talvez como toda mulher, talvez um pouco mais. Uma coisa meio exagerada com a qual nunca soube lidar. Mesmo assim demorou uns dias até eu captar porque o maior anunciante de Maputo é a Baygon.
Uma das minhas primeiras providências, claro, foi comprar uma lata. Mais pelos mosquitos de malária do que pelas malditas baratas. Mas logo entendi que mosquitinho que nada. Minha fobia me impede (ok, impedia) de matar barata com pé, chinelo ou qualquer contato, ainda que indireto. Na batalha de pelo menos uma barata por dia, minha primeira lata de Baygon não durou 1 mês. Até me assustei. Baygon, pra mim, é como minancora, vick vaporub, talco, spray de banheiro... produtos que não acabam nunca. Como assim preciso agora incluir na lista de compras mensais?
Quando comentei com um amigo do trabalho, ele riu – e provavelmente me achou uma mulunga ridícula e fresca. Disse que para economizar Baygon, preciso aceitar baratas como parte do agregado familiar. E quem ensina?
5 comentários:
Ai amiga te entendo perfeitamente. Uma vez trabalhei numa videolocadora que ficava do lado de um boteco fedorento, lá em copa. Vc pode imaginar bem como isso era em termos de batatas... elas entravam pela porta aos montes. todo dia eram umas 4 ou inco, daquelas bem cascudas. eu nao tinha coragem de matar e sou alérgica a produtos químicos. Resolvi o problema com uma vasoura velha. Eu varria a bichinha para fora da loja até chegar na rua. Ou chamava o Luis, segurança particular das lojinhas ao entorno, e pedia para ele mata-las pra mim.
Amiga, familia é o cacete. Baygon nelas!
Se você fizer um pentagrama decorado com runas e velas em volta do seu quarto, e entoar o cântico certo, pode ser capaz de evitar a entrada de baratas do mal. Quer dizer, do Mal.
Não sei ao certo qual é a porcentagem de baratas do Mal dentro da população total de baratas de Maputo, mas não há de ser de todo insignificante. De toda forma, é mais barato e menos tóxico que Baygon.
Eu dou um conselho prático e rápido ...
coloque um pouco de desinfetante ao redor dos ralos e deixe-os sempre tampados pois elas escondem no ralo e saem de lá para nos visitar !!! Blarg.
Zilhões de beijos
Pois é. Eu fui criada em Belém do Pará sinônimo de clima ultra tropical e barata paca. Daí eu cresci com elas e bastava bater com os pés no chão que elas corriam da gente. Matar barata com chinelada era um esporte corriqueiro. Nunca entendi essa fobia atávica de mulher com baratas. Mas parece que essas coisas não se transmitem de mãe prá filha. Leio esse texto e me identifico mais com a opinião do moçambicano: há de se familiarizar com elas, com a devida distância, é claro. Bata os pés no chão que elas fogem de vc. E não duvide que elas tem tanto medo/nojo de vc como vc delas. Vai ver que pensam que somos baratas descascadas.
Mas como o assunto é complexo vale recomendar uma bibliografia especializada:
Lispector, Clarice. "A paixão segundo G.H." e
Kafka, "Metamorfose".
Beijos,
Heloisa.
Cla,
Comecei a ler o seu blog como curiosa e gostei tanto que resolvi ler tudo.. desde o inicio para entender como tudo comecou.
Enfim, parei para deixar um recado aqui porque me identifiquei com a parte de assumir "novos" agregados familiares. Afinal, como eh sabido, NY tem muuuuuuuuuuuuuuuuuitos ratos. Vejo pelo menos 1 por dia na rua e nao me surpreenderei quando me deparar com um em casa.
Bjs
Lea
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