31 janeiro 2006

Festival Esperança e Oliver Mtukudzi

No sábado rolou um mega concert aqui em Maputo. Eu não podia imaginar que um dia entraria aqui num estádio para assistir a estes festivais que começam 2 da tarde e terminam meia-noite, com 7 bandas tocando uma atrás da outra. Foi o Festival Esperança e, obviamente, tinha o apelo do HIV/AIDS por trás. A banda sensação foi o UB40, que eu não acho tanta graça. O povo adorou e alguns amigos até me disseram que era uma “oportunidade única de ver uma banda deste quilate aqui em Maputo”, mas sinceramente... foi um reggaezinho velho e safado. Nada demais.

Mas o festival foi bacana. Considerando toda a dificuldade que deve ser produzir algo deste porte por aqui, reconheço que a organização fez um super trabalho. Claro que tinha mil problemas, mas nada que me deixasse chocada. Palco imenso, telão maneiro, som bom, etc. Milhões de apoios e o patrocínio da Mcel, a principal companhia de telefonia celular (merecia uma boa consultoria de plano de cotas, mas o mais importante é que conseguiram arrecadar bastante grana). Não sei quantas pessoas ao certo, mas estão falando de 50 ou 60 mil.

Agora, o maravilhoso, mesmo, foi o show do Oliver Mtukudzi. Quando eu cheguei aqui em Maputo, ele tocou no Centro Cultural Franco-Moçambicano (que, aliás, sempre tem uma programação interessante), mas eu comi mosca e não fui. Fiquei torcendo para que ele viesse de novo. E assim foi... um showzaço.


Considerado uma das grandes estrelas no cenário musical africano, Mtukudzi, ou Tuku, é do Zimbábue. Estourou como cantor na década de 70, quando o país ainda era Rhodesia, e o processo de independência era uma luta entre o lado de Ian Smith, ainda no poder, e Mugabe, na época o ícone da libertação.

Desde então, Mtukudzi é popular por suas músicas que falam de resistência, orgulho nacional, independência, tolerância racial e entre povos, além das questões econômicas e sociais que assolam o país: violência, fome, AIDS (algumas entrevistas: 1+2).

Conhecido como Tuku music, o estilo de Mtukudzi foi desenvolvido em seus 48 álbuns já lançados, que combinam elementos de mbaganga (ritmo mais pesado sul africano), jit (percussão característica do Zimbábue), e mbira (um som mais melódico e repetitivo característico do povo Shona - que, como todos os povos ou tribos ultrapassam as fronteiras fictícias entre países. O povo moçambicano também é, em parte, Shona).


Eu, que adorei,
já comprei CDs para gravar 4 álbuns de um amigo.

Um comentário:

Aichego disse...

OKOKOK

Vc me deixou curiosa.
Não dá para mandar umas musiquinhas por email???
(barbs1978@gmail.com)