Hambanine, Maputo

Hoje acordei com dor de cabeça. O quarto onde passo meus últimos dias não tem cortina e dá de frente pro mar. Vista linda, mas o sol invade tudo cedo demais e muito antes do que eu gostaria. A dor de cabeça deve ser por causa de vinho, ontem foi mais uma noite de despedidas. E tem hoje, ainda. E amanhã acordo às 5 da manhã e me vou. Hambanine, Maputo, hita vonana. Sinto agora melancolia, sinto felicidade também, vai entender. Não sei se é coisa de Clarisse, se é coisa de tpm, ou se simplesmente é coisa normal, de quem deixa um lugar onde esteve por 9 meses. Ando nas ruas e penso 'ai que alívio sair de uma cidade onde tem lixo espalhado por todos os cantos' (lixão mesmo, em cada esquina). Daí olho pro outro lado e penso 'ai que saudade vou sentir de andar numa cidade tão caótica e linda e cheia de vida'. Agora preciso escrever um relatório detalhado para minha coordenadora. Depois é tentar fechar a mala, o que já virou um pesadelo. Já me convenci de que vou pagar excesso de bagagem porque não quero deixar as toalhas para trás. As toalhas, imagina só... tudo velho, manchado, mas poxa, até me separar das toalhas tem sido um pouco doloroso. É, deve ser tpm mesmo.