11 março 2007

no limbo

Estou começando a ficar nervosa com o limbo para o qual estou caminhando. Limbo lingüístico. Será que posso chamar assim? Já não sei, porque já não sei mais se o que escrevo em português faz sentido. Em inglês nunca faz totalmente, sempre necessito de uma revisãozinha básica aqui, outra acolá. Os erros são mais ou menos os de sempre. Artigos onde não existe, uma forma estranha de colocar o "stay" na frente de onde não tem que estar, um aportuguesamento barato das coisas. Fora os clássicos in/on/at, over/during e do/make - que eu nunca na vida serei plenamente capaz de usar sem trocar as bolas. Já sei que pelo resto da vida acordarei de supetão no meio da noite e, em questão de segundos, terei que me recompor e perguntar em inglês "que horas são?" - e que isso jamais acontecerá de forma automática. Mas tudo bem, ando conformada.

Agora a ansiedade é pelo português. É... não precisa me avisar que eu estou esquecendo os artigos e errando na conjugação do haver, além de otras cositas más. Mas deus-meu, o que fazer? Tento manter a leitura em português para não perder o ritmo mas tá ficando compricaaado. De repente eu, que sempre tive um relacionamento amoroso com a língua, me sinto perdidinha. Hoje, lendo um e-mail sobre os erros de Paulo Coelho no Alquimista, pensei "putz, seria eu capaz de não cometer estes erros??". Alguns ali me deixaram de cabelo em pé. Outros, eu provavelmente daria um ctrl+f no blog e encontraria lá, escancarado. Ui. Será que terei que mudar para Angola para dar conta do recado?