ele já nem lembrava, bugingangas guardadas por motivos esquecidos, livros, CDs, fotos, coleções de postais. Isso foi em Dezembro e, desde então, eu vira e mexe pesco um livro novo na estante, ou tento criar conexões com os milhares de CDs de milhares de bandas australianas que eu nunca tinha ouvido falar. Na minha ida ao Brasil ganhei um presente fantástico, que foi uma lista de palavras e expressões australianas, e que me ajuda a entender um pouco o modo ozzie de ser. Kookaburras, sheila, bewdy, bugger e ta passaram a ter (um outro) significado para mim. Em casa a gente já é bem movido à Vergemite--o que me parece ser o mais 
autêntico item gastronômico da cozinha australiana--, o cachorro se chama Dingo e minha leitura preferida passou a ser Moorhouse. Ando pregada em Galaxie 500 e temos até idéias de trazer para cá o shoo-roo (equipamento que emite som e afasta cangurus, evitando acidentes na estrada durante a noite), adaptando para shoo-du (o que acontece de acidentes com kudus nas estradas da Namíbia não está no gibi). A vida ficou, de fato, globalizada demais, e agora esta família estendida que se estende até o outro lado do mundo. Não é fácil mesmo. Eu me esforço em me adaptar a (algumas coisas) 
do jeito ozzie de ser: uma vida idealizada no mato; ou discussões políticas sobre distribuição de terras para aborígenes; ou intimidade com nomes de pássaros. Mas ainda estou muito distante de entender qualquer regra de críquete, ou de captar plenamente o inglês nasalado. E, para falar a verdade, minha principal referência sobre a Austrália ainda é um dos filmes mais ridículos--e, portanto, divertidos--que eu já vi na vida: Muriel's Wedding (essa cena aí ao lado), todo ao som de Abba.ps.: a preguiça manda avisar que este não é um site todo hyperlinkado, se ficou curioso/a com algo mencionado, se mexa, o google está aí para isso mesmo. Ta.
