Shame

Eu e minha lista infinita de pendências. E tudo o que quero fazer, já sabem, é ler The Mother's Almanac. Toma tenência, pô! Esta semana recebi algumas anotações da pesquisa de campo feita em Omusati, província do Norte. Supostamente eu estaria aqui fazendo miiiil pesquisas, trabalhando incessantemente no GIS (Geographic Information System), colocando dados um por cima do outro e produzindo mapinhas lindos. Assim: mapinhas que mostram densidade populacional, infraestrutura de transporte (estradas, etc), infraestrutura médica (hospitais, clínicas rurais), distâncias, gaps e por aí vai. Eu até sou capaz disso, mas e a vontade? Sei lá onde anda a vontade. Eu deveria estar cheia de vontade também de coletar informações sobre todas as iniciativas que relacionam acesso a meios de transporte com acesso a serviços de saúde em países vizinhos. Até já fiz a pesquisa, e até já sei que não há muito, mas e vontade de colocar a informação toda junta, de analisar, de pensar. Taí, vontade pouca de pensar. Faz 1h15 que olho para as tais anotações de uma das pesquisadoras que estava em Omusati... 1h15 e nada. Nada me vem à cabeça. Ela entrevistou um monte de gente, políticos, médicos, enfermeiros, pacientes, taxistas. Tudo lindo. Mil informações interessantes sobre como os anti-retrovirais são distribuídos, a confirmação constante de que falta de transporte é um dos principais obstáculos no tratamento de pessoas com AIDS. Cara, tudo muito muito, repito muito, frutífero. E eu... querendo ler The Mother's Almanac. Assim não dá... Shame on me. ;-)