De volta ao lar. Chegamos no domingo após umas 30 horas de trânsito entre Melbourne e Windhoek. Talvez um pouco mais, já perdi as contas. São 8 horas de fuso, mas a gente nem tá achando tão ruim assim acordar às 4 da manhã. Podia ser pior, certo? Foi um mês delícia. Muita família, muito amigo, jogo de futebol (australian rules!), museus, passeios pela cidade, Great Ocean Road, parques, cangurus, koalas e kokaburras. Muita comida japonesa, tailandesa, nepalesa, chinesa, grega, turca, indiana, vietnamita, you name it. Um tanto de comida australiana também, o que se resume basicamente a vergemite e lamington cakes. E cerveja e vinho, mas nisso aí tive que me segurar, né, porque ainda sou a provedora de leite. Oh well.
Australianos cortam as palavras e adaptam as vogais. Breakfast vira brekkie, chickens vira chooks, cup of tea vira cuppa, Lucy vira Luce, Tasmania vira Tassie, e daí que vem os aussie (mas que fala somente oz), que é a forma de falar australians. Finalmente entendi porque o Mike chama a Julia de Joopie, a Tila de Til, e os avôs de Pa/Ma. O inglês é pra dentro, rápido, e com um sotaque bem particular. Eu achei que não entenderia nada mas até que me virei bem. Já até adaptei meu próprio vocabulário, afinal breakfast é de fato uma palavra muito longa e desnecessária. Brekkie é mais fácil e fofo.
No final de cada vôo de ida e volta (6 no total), as pessoas vinham dizer nossa sua filha foi um anjo, que sorte. Nem posso falar muito porque nunca se sabe do futuro, e cada vôo é um vôo. Mas desta vez tiramos a sorte grande. Enquanto estávamos lá mudamos 12 vezes (casas de mãe, pai, tia, amigos, hotéis, etc), e fiquei impressionada como ela sempre se adaptou bem. Provavelmente melhor do que Mike e eu. Claro que teve seus poucos momentos de crise e um resfriado muito do chato. Mas de um modo geral, foi nota 10. Os priminhos chamavam ela de Miss Smily e em todo canto ela atraia olhares e brincadeiras de estranhos. Sorriso no rosto e gargalhadas homéricas é coisa deveras convidativa. Não faço idéia de onde essa menina puxou tanto bom humor.
Foi um mês de mimos exagerados, e tivemos que comprar mala extra no total. Tudo dentro do limite do saudável, creio eu. Que maravilha a quantidade de opções de produtos e serviços no mundo desenvolvido. Entrei em choque quando fui ontem no supermercado e me dei conta que há apenas uma prateleira de produtos orgânicos. Lá, pra tudo se tem uma opção orgânica, reciclável, biodegradável. Sem comparações. Mas fora isso, que de fato é de um avanço fenomenal, muitas vezes eu saia dos supermercados exausta, porque é opção demais - na casa do exagero. Ah como hoje preciso e valorizo a vida numa escala menor. Quem diria.
Três semanas foram ótimas, na quarta já estávamos querendo nosso lar doce lar, nosso céu azul sem fim, nosso sol africano. E assim foi. Deixamos a terra dos aussie com expectativas para o próximo ano e com ansiedade para voltar à nossa rotina. Agora é preparar a ida ao Brasil em alguns meses. Enquanto isso, voltemos à vida.
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2 comentários:
OI AMIGA...
SAudades de vc.
Clarisse, muito legal ler o seu blog. Sua filha é linda!
Moro na Alemanha, tenho uma filha de 2 anos, quero conhecer a África (que me pareceu mais incrível ainda depois que li alguns posts seus).
Bom te achar! :)
Abraços.
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