03 julho 2008

Como salvar o mundo, de cestinha em cestinha



Mariana me mandou isso de presente. A história das coisas. Ou poderíamos chamar de "a história assustadora do nosso dia-a-dia". (Ou como nós humanos somos absolutamente imprestáveis?...). Por um instante, me senti afundando na cadeira, querendo simplesmente desligar o computador e sumir da face da terra. Uma sensação de impotência, de culpa, de não há nada que se possa fazer pra mudar isso... Mas a verdade é que SIM, HÁ O QUE SE POSSA FAZER. Há milhões de pequenas (e grandes) atitudes diárias que todos nós podemos tomar.

Tipo este relato abaixo, por esta mesma que vos escreve:

Ontem eu estava no supermercado e me peguei analisando uma cestinha de plástico para prendedores de roupa. Então veja bem, eu fui ao supermercado sem razão, apenas porque queria comprar pão (que poderia ter comprado na vendinha da esquina ou mesmo ter feito com minha receita que em 20 minutos o pão está pronto). Após comprar o tal do pão, fiquei "passeando" nas alamedas de prateleiras pra ver se tinha algo mais que "precisava". Por que fiz isso? Sei lá porque fiz isso. É aquele tipo de coisa normal, que vai no automático. Tenho certeza de que todos me entendem. Pois bem, voltando à cestinha. Alguém me explica porque cargas d'água eu preciso de uma cestinha de plástico para prendedores de roupa?? Obviamente eu não preciso. A cestinha que tenho atualmente é ótima, fiz na minha primeira semana em Windhoek. Naquela semana eu não tinha trabalho, estava de férias, e meio que em lua de mel com o Mike e com a vida nova. Mas ele estava trabalhando, então passei os primeiros dias sozinha durante o dia--ora passeando nos arredores da casa, entendendo a vizinhança, ora investigando a minha nova casa. Então, numa tarde assim, besta como tardes podem ser, peguei uma caixa vazia de aveia, embrulhei com papel branco, peguei uma fita amarela que eu tinha, fui colando numa tentativa de fazer um design cool, aí peguei uma caneta preta e escrevi milhões de pegs pegs pegs pegs (=prendedores de roupa). E estava virou a cestinha para prendedores de roupa. Meio adolescente, mas e daí... ficou legal, e eu tomei gosto pela tal cestinha. Mas agora a fita amarela está caindo, a caixa está degringolada, e eu achei que podia comprar uma cestinha idiota de plástico. Não comprei ontem, não lembro direito porque. Mas após assistir ao videozinho acima, sinto que pelo menos uma cestinha de plástico não será consumida e descartada por esta família aqui. Pois bem, esse é um exemplo bem prático de como podemos mudar o mundo, de cestinha em cestinha, não? (sim, de forma otimista, mas ora pois... se eu não fosse otimista não teria nem tido cria...).

Ufa! desta me salvei.

3 comentários:

Alexandra Peixoto disse...

Obrigada por mais esta lição de vida. beijos, Alê

carol bensimon disse...

vi o primeiro minuto do vídeo e já estou com MUITO medo.

Anônimo disse...

Eu fico sempre muito feliz quando você me ensina. Receber lições de uma filha é uma honra para uma mãe!

Veja só meu drama parodiando o seu:

Outro dia me peguei pensando que 'precisava' de uma bolsa nova. Afinal a minha predileta já estava feiosa. Tenho pelo menos umas 30 outras mas... que tal uma nova?!

Andei a esmo pelos shoppings da vida e a mais barata que encontrei, no nível de exibição exigido nas tribos por onde ando, custava cerca de 300 reais.
Daí senti uma enorme vergonha de mim mesma, uma certa repugnância das tribos em que circulo e decidi usar a surradinha mesmo até ela furar porque não há nada de mal nisso.

Tenho muitas palavras para usar. Fazer um texto novo e lindo a cada dia. New Style. Passar adiante para alguém, como vc, que publica os seus.
Que seja uma miserável interpretação, no dia a dia da minha clínica, nas minhas aulas.

Nenhum supermercado de palavras (seria um dicionário?) me cobrará um centavo. Depois de usadas, as palavras são perfeitamente recicláveis.

E as minhas tribos com suas opiniões?
Posso me dar o direito de dizer um palavrão? 'magine qual?
Pois então!

beijos,
sua mãe.