Após muito transitar, estamos de volta em Windhoek e agora, finalmente, de volta aos trilhos da nossa vidinha. Passamos 3 semanas na Austrália entre dezembro e janeiro. Em fevereiro foram 2 semanas no Rio. Ambas as viagens foram maravilhosas, cada uma com suas peculiaridades, e obviamente em ambos os países o calor foi realmente de matar. A volta, no entanto, nunca é muito simples. A começar pelos fusos: a diferença entre aqui e o Rio são de apenas 4 horas, mas pra Austrália são 10, o que de fato desaparafusa a mente de qualquer ser. Mas não das crianças, eles se adaptam que é uma beleza... e quando não se adaptam não importa (pra eles). Na hora que dá sono se dorme, na hora que acorda se levanta.
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Chegamos em Windhoek da nossa última viagem numa segunda-feira, passamos 2 dias meio que dormindo, e 3 dias depois nada mais nada menos que 4 canadenses separados em 2 grupos e com objetivos diferentes chegaram. Na semana seguinte a esposa de um deles chegou com os 3 filhos. Foi um tal de recebe-los (todos...), organizar transporte e hotéis ou camas na nossa casa, preparar comida e roteiros e atividades e visitas que não está no gibi. Exaustão total. Mas nada muito diferente do que, ao que tudo indica, será nossa vida em Windhoek daqui pra frente. É um mundaréu de jornalistas, cineastas, estudantes, voluntários, fotógrafos, doadores, financiadores, curiosos e demais tipos que decidem pousar no meio do deserto pra ver que diabos Michael e eu estamos fazendo por aqui... Semana passada, meio de saco cheio de ter que lidar com questões logísticas alheias, resolvi nadar. Entre uma braçada e outra tentei contar quantas pessoas estiveram aqui no último ano (desde janeiro de 2009), sem contar família e amigos que vieram única e exclusivamente pra nos visitar. E sem contar também filhos que vieram acompanhando os pais. Quer dizer, só mesmo work-related people -- muito rapidamente contei 32 pessoas. 32!!? Cara, 32 galegos e galegas que de uma forma ou de outra resolveram se juntar a nós por alguns dias... entender a realidade daqui... ver de perto o que na distância parece ser interessante... checar se no fundo é tudo verdade... se inspirar um pouco com a vida. Tem noção? Fiquei meio chocada com a constatação... Uma média de quase 3 pessoas por mês! Michael olha pra mim neste exato momento que lhe falho o número e pergunta how can that be?. Nos anos anteriores sempre tivemos alguns visitantes mas sempre em menor número. E pelo calendário que já está sendo posto em prática para 2010 e 2011... a roda-viva agora precisará rodar em modo turbo.
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Julia agora com 2 anos e 4 meses está linda, serelepe, falando muito português, inglês e oshivambo, obcecada com quebra-cabeças, e fazendo aulas de dança e música. Sexta-feira passada Michael perguntou pra ela what did you do at school today?, ao que ela prontamente respondeu I kissed someone.
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De resto, a vida vai passando. Fiz 31 anos. Tenho uns dias bons, outros ruins, mas de um modo geral o sol sempre brilha e o céu é azul de brigadeiro. A horta no nosso jardim já não é mais coisa simples, a plantação inclui cenouras, beterraba e brocólis. Come-se bem, o salário aumenta em março, o carro é novo, muitos livros ainda não lidos me aguardam na estante, e o vinho verde d`O Portuga é caro mas vale o pileque.
(1) Pôr do sol na Baía de Maputo (Moçambique), Dezembro de 2005. (2) Pingüins no Cabo da Boa Esperança, Cidade do Cabo, África do Sul, Março de 2006. (3) Cozinha de um homestead em Outapi, norte da Namíbia, Outubro de 2006. (4) Duna em Sossusvlei, Namíbia, Março de 2007. (5) Rapariga buscando água em Chókwè, vila no interior de Moçambique, Novembro de 2005. (6) Namíbia, Março de 2006.
Um comentário:
oi moça.
espantoso mesmo esse número de visitantes! sinistro!
Falando neles, lembrei que você ficou me me conlocar em contato com os tais canadenses... rola?
beijocas,
barsb!
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