23 março 2010

rodaviva

Após muito transitar, estamos de volta em Windhoek e agora, finalmente, de volta aos trilhos da nossa vidinha. Passamos 3 semanas na Austrália entre dezembro e janeiro. Em fevereiro foram 2 semanas no Rio. Ambas as viagens foram maravilhosas, cada uma com suas peculiaridades, e obviamente em ambos os países o calor foi realmente de matar. A volta, no entanto, nunca é muito simples. A começar pelos fusos: a diferença entre aqui e o Rio são de apenas 4 horas, mas pra Austrália são 10, o que de fato desaparafusa a mente de qualquer ser. Mas não das crianças, eles se adaptam que é uma beleza... e quando não se adaptam não importa (pra eles). Na hora que dá sono se dorme, na hora que acorda se levanta.

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Chegamos em Windhoek da nossa última viagem numa segunda-feira, passamos 2 dias meio que dormindo, e 3 dias depois nada mais nada menos que 4 canadenses separados em 2 grupos e com objetivos diferentes chegaram. Na semana seguinte a esposa de um deles chegou com os 3 filhos. Foi um tal de recebe-los (todos...), organizar transporte e hotéis ou camas na nossa casa, preparar comida e roteiros e atividades e visitas que não está no gibi. Exaustão total. Mas nada muito diferente do que, ao que tudo indica, será nossa vida em Windhoek daqui pra frente. É um mundaréu de jornalistas, cineastas, estudantes, voluntários, fotógrafos, doadores, financiadores, curiosos e demais tipos que decidem pousar no meio do deserto pra ver que diabos Michael e eu estamos fazendo por aqui... Semana passada, meio de saco cheio de ter que lidar com questões logísticas alheias, resolvi nadar. Entre uma braçada e outra tentei contar quantas pessoas estiveram aqui no último ano (desde janeiro de 2009), sem contar família e amigos que vieram única e exclusivamente pra nos visitar. E sem contar também filhos que vieram acompanhando os pais. Quer dizer, só mesmo work-related people -- muito rapidamente contei 32 pessoas. 32!!? Cara, 32 galegos e galegas que de uma forma ou de outra resolveram se juntar a nós por alguns dias... entender a realidade daqui... ver de perto o que na distância parece ser interessante... checar se no fundo é tudo verdade... se inspirar um pouco com a vida. Tem noção? Fiquei meio chocada com a constatação... Uma média de quase 3 pessoas por mês! Michael olha pra mim neste exato momento que lhe falho o número e pergunta how can that be?. Nos anos anteriores sempre tivemos alguns visitantes mas sempre em menor número. E pelo calendário que já está sendo posto em prática para 2010 e 2011... a roda-viva agora precisará rodar em modo turbo.

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Julia agora com 2 anos e 4 meses está linda, serelepe, falando muito português, inglês e oshivambo, obcecada com quebra-cabeças, e fazendo aulas de dança e música. Sexta-feira passada Michael perguntou pra ela what did you do at school today?, ao que ela prontamente respondeu I kissed someone.

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De resto, a vida vai passando. Fiz 31 anos. Tenho uns dias bons, outros ruins, mas de um modo geral o sol sempre brilha e o céu é azul de brigadeiro. A horta no nosso jardim já não é mais coisa simples, a plantação inclui cenouras, beterraba e brocólis. Come-se bem, o salário aumenta em março, o carro é novo, muitos livros ainda não lidos me aguardam na estante, e o vinho verde d`O Portuga é caro mas vale o pileque.

Um comentário:

Aichego disse...

oi moça.
espantoso mesmo esse número de visitantes! sinistro!

Falando neles, lembrei que você ficou me me conlocar em contato com os tais canadenses... rola?

beijocas,
barsb!