crise de frescura

Minha consciência dói, o politicamente correto me diz que não, mas eu preciso admitir que estou encarando minha frescura de frente. E.... ah... sou fresca, sim. Segunda-feira e eu já estou no desespero. Sexta de manhã cedésimo partimos para o norte. Será uma viagem diferente... ou talvez eu esteja pintando mais desta forma do que deveria. O fato é que serão duas semanas numa vila. Vila mesmo - sem eletricidade, uma torneira de água na vila toda, caminhar pra buscar água no poço, tomar banho no lago. Será que não acampei o bastante pra achar isso tranquilo? Estou empolgada e com medo ao mesmo tempo. Dizem que é quente, muito quente, muito quente de verdade. Não quero nada mais quente do que já está sendo em Windhoek. Dizem que há insetos por todo canto e eu já estou desesperada o suficiente com as aranhas pela parede dentro de casa (que são inofensivas) e os mosquitinhos zubindo no meu ouvido a noite inteira. Me pergunto que tipo de preparo tenho eu pra passar duas semanas inteirinhas numa vila. Se não rolar, terei que pegar uma combi, encarar 10 horas de estrada e voltar para o aconchego do lar. Sozinha, claro. Michael não entra nessa onda de frescura. Tila vai junto e terá que ficar realmente junto pois cachorro sozinho, já sabe, acaba no churrasquinho. Se fosse só o clima "vamos acampar", com certeza eu estaria mais tranquila (estaria?). Mas o fato de serem dias para pesquisa de campo me dá calafrios. Dizem que é assim que a gente aprende a se superar. Tomara que eu passe no teste...