22 maio 2007

zero graus

No The Namibian a mínima era de 0º, no site da BBC, -3º. Optei pela previsão do The Namibian apenas por uma questão de querer valorizar o "conhecimento local", mas isso não quer dizer que o frio tenha sido 3º mais ameno. É muito frio. É congelante. Mas não neva, não. É seco demais, deserto demais, e o sol do lado de fora te enganando. Um vento que corta, que entra por todas, eu repito, todas as frestas de todas as janelas e portas da casa. E as frestas são grandes, obscenas. Acho que todas as casas aqui são construídas no verão, se esquecem de que o inverno é insuportável e invasivo. Eu, em minha vestimenta tradicional, sinto frio independente da bolsa de água quente no pé. Então nem me dei conta de que o frio já estava assim, beirando os graus negativos. Achei que estava frio como sempre, pois eu sempre sinto frio mesmo. Saí para yôga de moleton, crente que estava abafando. Imbecil. Na rua já entendi que não. Os outros alunos chegando de casacão, cachecóis, cobertores felpudos para a parte do relaxamento. Meu cobertorzinho é de lã, mas bem miserável. E eu com meu singelo moleton. Passei a aula rezando para o Michael não me buscar de bicicleta (funcionou). De noite, o vento te faz ficar acordado, revisando mentalmente a altura das árvores ao redor da casa. Aquela sensação de que, a qualquer momento, algo desaba. Tudo muito agradável.